terça-feira, 21 de junho de 2011

Jovem decide amputar mão e substituí-la por prótese mecânica


A prótese mecânica funciona captando os mesmos impulsos cerebrais que controlariam a mão natural

O sérvio Milo perdeu os movimentos do braço direito em um acidente de motocicleta 10 anos atrás. Cirurgias conseguiram recuperar o braço parcialmente, mas sua mão ainda é incapaz de fazer movimentos básicos.

Por causa disso, ele optou por amputar a mão disfuncional, para colocar uma prótese mecânica em seu lugar. Milo, que tem 26 anos, diz que a solução de amputar sua mão é a melhor que pode imaginar, depois de viver uma década com uma mão deficiente.

A cirurgia está sendo oferecida pelo cirurgião austríaco Oskar Aszmann, da Universidade Médica de Viena, que a descreve como uma reconstrução biônica. Aszmann diz que a ideia de dar uma mão artificial ao paciente veio depois de observar suas dificuldades após tantos anos convivendo com os problemas da falta de movimento na mão.

O repórter da BBC Neil Bowdler explica que, apesar dos recentes avanços na ciência dos membros biônicos, mesmo algumas próteses de ponta ainda têm limitações de movimentos. Já nova geração de mãos biônicas oferece mais flexibilidade e é capaz até mesmo de girar a partir do pulso.

Sensores

A prótese mecânica funciona captando os mesmos impulsos cerebrais que controlariam a mão natural. Os sinais são detectados através de sensores dentro da prótese. Em 2010, um jovem chamado Patrick, de 24 anos, foi a primeira pessoa no mundo a escolher a troca por uma mão biônica, também em Viena.

Ele perdeu as funções da mão depois de ser eletrocutado no trabalho. Hoje, ele consegue abrir rapidamente uma garrafa e até amarrar os sapatos, usando os mesmos sinais que utilizava para controlar sua mão real.

A experiência de Patrick ajudou Milo a decidir-se pela operação. Mas remover partes vivas do corpo humano, mesmo que danificadas, levanta sérias questões éticas. Bennet Foddy, especialista em ética médica da Universidade de Oxford, diz que é sempre difícil certificar-se de que o paciente sabe o que está fazendo e que não se arrependerá.

Para ele, na medida em que a tecnologia evolui, podemos ter mãos biônicas melhores do que as mãos naturais, e pessoas com mãos saudáveis querendo fazer substituições. Mas Oskar Aszmann diz que não tem problemas com a ideia de cortar a mão natural de Milo, já que a reconstrução biológica dos movimentos seria um processo longo e, possivelmente, ele ainda teria uma mão disfuncional no fim.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Coração artificial mantém o usuário vivo, mas sem pulsação

Equipamento utiliza turbinas para distribuir nutrientes pelo corpo. Novidade já foi testada em seres humanos com resultados positivos.


(Fonte da imagem: National Public Radio)
 
Os médicos Billy Cohan e Bud Frazier, do Instituto do Coração do Texas, desenvolveram um coração artificial que mantém o usuário vivo, mas elimina totalmente qualquer tipo de pulsação – critério normalmente utilizado para determinar se uma pessoa está viva. A novidade utiliza duas turbinas para distribuir o sangue pelo corpo e já foi testada com sucesso em pacientes humanos.

Enquanto os implantes tradicionais utilizam métodos de bombeamento que tentam simular o funcionamento do coração humano, a novidade usa um método mais direto para distribuir nutrientes pelo corpo. Segundo os médicos, o único motivo pelo qual o órgão bate é por questões de nutrição, processo que acontece no intervalo entre as batidas.

A opção por turbinas se deu pelo fato de elas realizarem movimentos mais simples do que os equipamentos convencionais, o que aumenta sua eficácia e reduz a necessidade de manutenções. A novidade foi construída a partir de implantes conhecidos como dispositivos de assistência ventricular, muito usados em operações rotineiras que envolvem obstruções no coração.

Testes bem sucedidos

(Fonte da imagem: National Public Radio)
O novo equipamento já foi testado com sucesso em animais de grande porte, caso da vaca Abigail que mora no laboratório de pesquisa dos dois médicos. O animal teve seu coração substituído pelo novo implante que, até o momento, não apresentou qualquer problema de desempenho.
 
A novidade também foi testada com bons resultados em Craig Lewis, paciente que sofria de amiloidose, doença que provoca uma produção anormal de proteínas que fazem com que os órgãos do corpo comecem a trabalhar sem parar. O coração de Lewis estava tão prejudicado que sua expectativa de vida era de no máximo 12 horas, situação que obrigou sua esposa a autorizar o uso do implante artificial.

Com o uso das turbinas, o paciente conseguiu recuperar a habilidade de conversar e sentar-se normalmente, vindo a falecer um mês depois da cirurgia. Segundo os médicos, isso aconteceu devido ao avanço da doença sobre outros órgãos, já que o implante continuava funcionando de forma eficaz.

Desafiando conceitos

Segundo a equipe responsável pela novidade, a principal dificuldade de estabelecer o implante como uma opção viável são os conceitos a que estamos acostumados. Eles afirmam que deve demorar algum tempo até as pessoas se acostumarem com seres vivos sem nenhum pulso, porém acreditam que isso deve se tornar algo normal após ser comprovada a eficiência dos equipamentos.

Atualmente, os médicos estão focados em determinar o melhor design para que o aparelho possa ser comercializado em larga escala. O próximo desafio do projeto é encontrar uma fabricante disposta a investir na ideia e conseguir a aprovação da FDA, órgão norte-americano responsável pelo controle de alimentos, suprimentos médicos e cosméticos, entre outros.

Fonte | tecmundo